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  • Foto do escritorJosé Alexandre Monteiro

A tecnologia e as “novas” salas de aula

* Por Wellington Machado



Não se pode negar que o processo educacional necessitava de uma transformação, não só pelo olhar do processo pedagógico, mas também das ferramentas e da aplicação do conteúdo em todas as escolas do mundo, principalmente no Brasil.


A sala de aula, espaço coletivo de conhecimento, interação e troca de informações, já não conseguia suprir todas as necessidades dos alunos da geração Z e principalmente da geração Alfa, que são nativos digitais. Além da incompatibilidade comportamental destas gerações com um sistema educacional do século passado, há uma pressão por novos formatos de aprendizado devido à velocidade dos surgimentos de novos conteúdos, áreas e profissões a cada ano, consequência da transformação digital que estamos atravessando.


Com tudo isso, é inevitável que as tecnologias fossem sendo implementadas nas escolas e nas salas de aula exponencialmente, mas houve um fator que catalisou este processo: a pandemia em 2020. Entre as principais mudanças, a mais óbvia foi o ensino presencial caminhar para o online em todas as idades. As escolas se esforçaram para ficar conectadas com os seus alunos, professores precisaram se qualificar rapidamente aprendendo diversas ferramentas para auxiliá-los, enquanto os pais enfrentaram o desafio de acompanhar em pleno Home office obrigatório o aprendizado dos seus filhos.


Adotar o aprendizado online foi estressante para os diretores, coordenadores, professores, pais e alunos, porém esta mudança rápida terá três efeitos positivos ao longo prazo para todos os envolvidos.



A inserção de Tecnologias nas escolas


Com o fechamento houve maior procura por ferramentas de transmissão das aulas, para que o processo de aprendizado não ficasse descontinuado. Após as ações paliativas do primeiro momento, a busca por tecnologias foi praticada não só como uma novidade, mas como meio para fazer com que a experiência online se tornasse melhor e eficiente.


Porém, esta jornada mal começou, as tecnologias que estamos vivenciando nas salas de aulas no momento são do streaming e do cloud, e agora que observamos o surgimento tímido de tecnologias como realidade virtual e aumentada e a impressão 3D que já resulta em infinitas possibilidades de aplicação dentro e fora de sala de aula. Até 2030 vamos vivenciar o uso da Inteligência Artificial (AI) e Internet das coisas (IoT) fazendo com que a experiência de aprendizado seja personalizada, acessível de todos os lugares, em qualquer momento e de qualquer dispositivo.



O início do Homeschooling


A prática da Educação Familiar (ou HomeSchooling) ainda não possui regulamentação no Brasil, mas durante o período que as escolas estavam fechadas, onde os horários de atendimento presencial, aulas de reforço repentinamente se tornaram indisponíveis e os professores não possuíam horas suficientes durante o dia para dar atenção individual para os alunos, os pais tiveram que encontrar outras fontes de educação complementar.


Muitos tentaram assumir o papel de professores, mas em diversos casos sem muito sucesso, mas a vivência destas experiências fizeram com que os pais refletissem sobre a necessidade de não deixar toda a responsabilidade do processo de aprendizado para a escola.


Assim se iniciou o processo de descobrir soluções que pudessem complementar ou até mesmo aumentar a eficiência do aprendizado do seu filho nos temas e conteúdos que ele tem mais afinidade. Deste modo, surge uma semente de um sistema homeschooling híbrido, além da mudança no papel das famílias e dos alunos durante a jornada de aprendizagem.



O fortalecimento do EAD


A mudança rápida e não planejada para o aprendizado online durante a pandemia provocou, em muitos casos, uma experiência ruim para os alunos devido à falta de treinamento de educadores; equipamentos como notebooks e tablets; e acesso confiável à internet. Esta lacuna foi vista em países subdesenvolvidos, como nas faixas de renda menos favorecidas de todo o mundo, demonstrando que não é um fenômeno exclusivamente brasileiro.


Porém, para aqueles que obtiveram acesso à tecnologia certa, há evidências de que o aprendizado remoto pode ser mais eficaz. Algumas pesquisas indicadas pelo Weforum – World Economic Forum – THE COVID -19 pandemic has changed education forever mostram que a média os alunos retêm de 25 a 60% mais conteúdo quando aprendem online, em comparação com apenas 8-10% em uma sala de aula, isto se deve principalmente ao fato que os alunos poderem aprender mais rápido no formato e-learning.



A nova sala e o inicio das maiores mudanças na educação


É óbvio que uma pandemia resulta na maior perturbação do aprendizado de crianças e jovens do mundo todo, mas esta mudança que vivemos também pode ser um catalisador para o aprendizado online, para criarmos novos métodos mais eficazes de educar os alunos. Como cita o autor Yuval Harari em seu livro “21 lições para o século 21”, as escolas continuam a se concentrar em habilidades acadêmicas tradicionais e aprendizagem mecânica, ao invés de habilidades como pensamento crítico e adaptabilidade, que serão mais importantes para o sucesso no futuro. A tecnologia não só ajudará a termos uma sala de aula mais eficaz e divertida, como em qualquer lugar em qualquer hora.

 

* Wellington Machado é fundador e CEO da Quantum, edtech focada em desenvolver crianças e jovens para as habilidades do futuro.

 

* Matéria publicada originalmente no site Startupi :

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